segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Hoje é dia de Clichê

Uma palavra a meu ver, um tanto pejorativa, mas vamos lá. Como estamos no fim do ano - que passou muito rápido, diga-se de passagem - aqui vai uma tentativa de resgatar este blog que anda um tanto abandonado não por preguiça, mas falta de hum, inspiração. Antes de qualquer outra coisa, vamos deixar bem claro que minha experiência com blogs e afins é meramente superficial e em estágio de experimentação. Notado isso, deixo claro também que nesta minha pequena vivência cultural nem tudo eu conheci ouvi e senti neste ano que passou, o que provavelmente implicará em algo bem singelo.
Me vejo já quase desistindo disso, mas sigamos em frente, não pode sair algo assim, tão hm, (clichê) ou sem noção.

Inicialmente eu faria disso uma lista de bandas ou grupos musicais que me impressionaram ou que eu conheci este ano, mas aqui vai um resumo que não é nem um pouco surpreendente, e que coloca no topo de minha lista, (difícil escolha, então serão três nomes) Zeca Baleiro, Tom Zé, Beirut e Vinicius de Moraes. É, eu sei, foram quatro. Mas digamos que Vinicius seja uma descoberta não só musicalmente falando, mas também poeticamente. O que me faz pensar em Caio Fernando Abreu e seus Morangos. E essa foi a "lista" dos livros, com apenas um nome, que resume hm, muitas, muitas mudanças deste ano. E por fim, filmes (difícil essa) até porque eu tenho uma memória fraquíssima. Então vai um que eu assisti recentemente e confesso, chorei descompassadamente em vários momentos por motivos hum, ocultos por aqui. 174 A Última Parada, Bruno Barreto e não preciso dizer mais nada, quem viu o filme sabe do brilhantismo de que estou falando. Por fim, vem agora o que eu não sei o que é, já estava escrito, este parágrafo foi incorporado de última hora, digamos que hm, por eu achar que estava faltando algo.

A primeira substância (para não dizer coisa) que me veio a cabeça, foi lá de fevereiro com a estréia da minissérie "Meus Queridos Amigos" de Maria Adelaide Amaral que se passa em 1989 quando, depois de 20 anos o país assistirá novamente a eleições abertas. Mas, pra mim, muito mais do que histórica - aliás, não é esse o grande enfoque da minissérie - trata-se de uma adaptação que não segue a risca o livro que a originiou mas que na sua essência tem exatamente tudo em comum. Comum aliás é uma palavra que não pode ser usada para se retratar tal trabalho da escritora, que inclusive se inspirou em um amigo que se suicidou no início da década de 90 para criar o protagonista do livro e da série, Léo. As emoções regem essa história de um grupo de amigos um tanto perdidos e desiludidos depois da passagem dos anos de maior repressão e violência, que inclusive afetou diretamente alguns deles. Após um reencontro promovido por Léo que sente que sua vida está chegando ao fim, os amores ressurgem (e os desentendimentos também) e eles começam a lidar com as complicações e frustrações em seus respectivos trabalhos tentando entender como foi que chegaram aquele ponto (sem vida, sem alma; ao meu ver). Ou mesmo falta de um emprego (e de uma vida) no caso de Pedro, o escritor de best-sellers que se vê esquecido pela crítica e pelos leitores após anos de glória e sucesso. O desejo de reunir a "família que nós éramos, como naquele Ano Novo" de Léo vai contagiando aos outros, trazendo a tona as lembranças de como eles - em suas próprias palavras - eram muitas vezes patéticos em acreditar que "Quem sabe faz a hora, não espera acontecer". É muito bonito, mas não é real, diria Ivan. E por ai vai, unidos por um Ano Novo que eles jamais esquecerão, momentos vividos juntos, e principalmente, unidos para sempre pela morte de Léo a minissérie tem estado em minha cabeça ultimamente, talvez porque eu esteja lendo o livro "Aos meus amigos" o que enfim, me faz pensar agora qual é o motivo dessa postagem? Hum, não faço idéia!

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