terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Lonely Hearts


Club Band

Adoro Carnaval

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Morrer não dói

No começo foi estranho, passar os dias tentando desaparecer, mudo e telepático. As horas passavam e o que eu sentia era tudo, mas de tão tudo era um nada imenso que me fazia pensar como era possível caber tanta coisa dentro de um só ser. Eu acho que era como se a minha alma tivesse caído num buraco negro dentro do meu infinito universo. Eu não chorei nem fiz escândalos ou juras de vingaça sabe-se lá a quem ou o quê. Apenas ia como passam as chuvas e os ventos. Tentando não ser. Pra mim era muito difícil seguir a vida no escuro, e sim, a não-claridade das coisas me assustava. Mas, eu tinha mais medo do que iria encontrar se acendesse as luzes.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009


eu estou deitado no seu jardim
e me pergunto
será que você demora a chegar?
não sei se aguento esperar
o céu está tão azul que está me deixando cego
é muita luz pra quem viveu tantos dias como se fossem noites
(à sua espera)
antes que eu me esqueça, you are all I need
quando eu disse que estava no meio de sua fotografia
você sabe o que eu quis dizer, não sabe?
sempre foi seu grande prazer
eu só queria fazer parte disso
e quando eu disse que mentia nas entrelinhas
você sabe, eu sempre fui frágil demais para as suas aventuras
eu queria que você pensasse que
em algum lugar em mim existe uma fortaleza
eu queria que você acreditasse que eu sou especial
que você descobrisse que eu escondo algum grande
segredo
é assim que eu me sinto
não sei se porque eu quero
ou se porque é mais uma das minhas verdades
que você preferiu ignorar
eu quis
causar em ti a mesma sensação de uma foto quando revelada
ah, e antes que você começe a chorar (se chorar) saiba que
eu te perdôo
por todas as minhas noites de insônia
por todas as minhas cicatrizes
pelo psicólogo que eu frequentei durante anos
(como se a culpa fosse toda minha)
pelo meu vaso francês que você fez o favor de quebrar
pela minha quase-overdose-fatal
pelos piores meses da minha vida
(aqueles, longe de você)
te perdôo até pelo seu café horrível
e por você fumar compulsivamente
te perdôo por você ter levado ao nosso bar
(aquele onde nos conheçemos - ou já se esqueçeu disso também?)
seus tantos novos amantes
aqueles; facilmente conquistados
com vinhos baratos
te perdôo pela humilhação
de ter meus pertences jogados janela a baixo
e por conseguir me fazer destruir a chance da minha vida
só para ficar ao seu lado; não que eu me arrependa
só queria chamar a sua atenção agora.

sem o vaso que era herança de família
sem minha quase-nova-vida em New York
naquela editora; você ainda se lembra daquele dia?
sem minha droga favorita que você amargava
(ou adoçava) demais
mesmo virando um fumante passivo
com seqüelas de overdoses de remédios
e cicatrizes nos braços e rosto por ter me jogado do seu carro
(insano)
eu não sei como
queria ter uma explicação
foi só isso
só isso, e nada mais o que eu busquei
insistentemente sem nunca encontrar
nas aulas de filosofia
nos livros de literatura medieval
nos poemas de Maiakóvski
nas histórias de amores proibidos
de todos os séculos
de todas as culturas
de todos os planetas
se necessário fosse
eu iria à Plutão
se eu soubesse que lá estaria
a peça-chave do nosso encantamento
uma resposta para tudo que eu sinto por você
tudo de bom e incrivelmente lindo e
estou perdendo a respiração
só de pensar em você
eu sinto e sentirei
por toda a minha vida
apesar de tudo...
(eu não sou ingrato, nunca fui)
você sabe que a sensatez sempre foi meu forte
(até eu me perder em você)
eu não sei como nem quando
eu não sei de muita coisa na verdade
mas tem algo bem importante que eu sei
e talvez essa seja a única verdade que nós precisamos conhecer
voé tudo o que eu preciso
tudo é pouco e pequeno
perto de nós dois
juntos, como éramos
e tantos outros desses sentimentos
que as pessoas quando estão apaixonadas
gostam de gritar pra quem quiser ouvir
mas eu não
não quero que todos ouçam
a única pessoa que realmente importa é você
eu sei que eu só fui o filtro do seu cigarro
e que depois de me usar você me esquecia
em algum cinzeiro de prata num canto qualquer
mas sem mim você jamais conseguiria sobreviver
e esse é um fato irrevogável
outra verdade incontestável a nosso respeito
eu espero que você me perdoe também
na verdade, só estou fazendo isso
porque acredito que você já tenha me perdoado
mesmo antes de saber o que eu ia fazer
ou o que estou prestes a fazer
você sempre foi compreensivo
eu devo ter perdido algo de vista
eu devo ter errado em algum ponto
mas agora eu estou além de todos os pontos
peço desculpas pela minha falta de atenção
eu estou a um passo de cometer uma grande idiotice
ou um grande ato de coragem e amor-próprio
vou deixar o último porquê da minha vida
por sua conta!
eu gostaria que você publicasse isso algum dia
e no final escrevesse que:
Ao som de alguma música triste e harmoniosa
ele morreu.
Era uma tarde linda e o sol ardia forte no céu
contrastando com nuvens brancas e enormes
Ele iria preferir se estivesse chovendo, como sempre
Mas tinha algo novo no ar
que compensou aqueles pequenos defeitos
e coisas fora do lugar
Ele estava em paz e feliz
Durante sua vida
Conheçeu, apaixonou-se
E fez apaixonar-se
Entendeu alguns mistérios da alma humana
que sempre foram um ponto
de interrogação para todos os outros

O que de uma forma ou de outra
costurou os atos falhos de sua vida de um jeito único
Foi marcante na vida das poucas pessoas
que tiveram o prazer de conhecê-lo verdadeiramente
Mas um deles foi
Especial demais para ser esquecido
E doce - não demais - porque sua doçura nunca foi um exagero.
E ele o amou até o último dia de sua vida, e morreu envolvido
por seu jardim e suas acáceas amarelas

Se quiser acrescente algo a seu gosto.
Só não diga clichês como
Ele foi um grande homem
Teve muitos amigos
E foi amado por sua família

Até porque isso seria uma grande mentira.


you are all I need

eu estou no meio da sua fotografia
(mentindo nas entrelinhas)

você é tudo que eu preciso
e não existem outros

eu sou um animal tentando sobreviver no século XXI
eu sou uma espécie de miragem dos centros urbanos

eu estou a um passo daqui
(esperando pela próxima vítima)

eu sou todas as pessoas
que você um dia já ignorou

quisera eu ter a sua capacidade de seduzir
eu sou um mero peão no seu xadrez

tem algo estranho ao seu redor
(eu avisei que você devia controlar suas palavras)

espero que você esteja preparado
posso começar?
eu só estou aqui para te dizer que

caso você ainda não saiba
você é tudo de que eu preciso

você é tudo que queima dentro de mim

você está nas minhas melhores piadas

você é a letra da melhor música que eu já compus

você é a minha sinfonia preferida

você é
o meu dia preferido da semana
o melhor pôr-do-sol que eu já presenciei
a chuva que cai quando eu mais preciso

cada gosto, aroma ou voz sutil

o cheiro de hortelã do meu chá podia até ter o seu nome

eu tentei não fazer isso mas
eu estou te confundindo? eu devo estar... peço desculpas

eu sou todos os meses
que você passou longe de mim

temo que não tenha restado pedaço algum

nada de bom
eu sou

eu estou em todas as suas paredes
eu sei eu sinto

cada rachadura é um retrato de uma briga

cada mancha na parede mal pintada da sua sala
é um pedaço de mim
e cada cor respresenta um pouco do que estou sentindo agora

eu só existo quando você está comigo

you are all I need

suas palavras
me causaram dor e incontida felicidade
nostalgia e vontade ardente por novos dias
me causaram e causam ainda
influência; logo eu, tão seguro e devastador
como costumava ser, antes de você surgir
as suas verdades
me trouxeram a este ponto
sem volta sem novos horizontes
apenas aqui.
e como se de repente eu tivesse esquecido tudo o que aprendi
como se até a mais simples palavra precisasse de dicionário
insegurança
desejo em agradar-te
em fazê-lo sentir 1% do que sinto
já seria algo grandioso
como uma foto gigante do sol espalhada em seu jardim

de repente eu simplesmente aceitei que

you are all I need

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Eletric Girl

São dias como esse que saem da minha cabeça
E a única coisa de que eu me lembro é o nome dessa cidade
Você estava lá, e de repente, eu nem sei como
Eu não posso olhar para baixo, tudo isso me faz muito mal
E você me faz ficar aqui
Um furacão passou por nós
Eu estou vazio como nunca estive antes
E só estou aqui por sua causa
Não são os sentimentos que me fazem ficar, mas as lembranças
De dias passados; de quando ainda éramos fiéis ao que sentíamos.

Por mais que eu tente
Ás vezes eu fico imaginando
Porque você é a única que eu ainda quero por perto?
Minha cabeça dói, eu preciso dormir
Mas você ainda é a dona dos meus pensamentos
Você ainda é o fantasma na minha alma
Ainda é a única que eu quero ao meu lado nas noites chuvosas
Eu escuto seu nome
Estou dizendo, é mais forte que eu
Eu não tenho escolhas
Não consigo não acreditar em você

Não vou declarar-me tanto assim à você
Mas certas coisas estão claras em minha mente
Você é a dona dos meus sentidos, de tudo que eu faço e sou

Game Over

This is the end
This is the end
Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I'll never look into your eyes again
Can you picture what will be?


O fim do riso e das leves mentiras
O fim das noites em que desejamos viver
É o fim.

The Doors, parece que vai durar a noite toda!

Doors, The

We had all
That lovers ever had.
We just blew it, And I'm not sad.

Como eu sei? Eu só sei...

Choveu ontem, e antes de ontem também. Hoje ela não veio - e isso muito me entristece. Dylan tem me consumido com suas melodias, estou com sono, com medo e anciosa. As aulas logo começarão e então, só eu sei. Espero que amanhã faça frio. Odeio o calor dessa cidade, estou com saudade dos meus cachecóis (que palavra estranha). Ainda bem que a nostalgia de dias atrás foi embora, essa era outra coisa que estava me consumindo.

"How does it feel, how does it feel? To be on your own, with no direction home Like a complete unknown, Like a rolling stone..."

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

apple

cata-ventos: meu único e solitário amor
tinta escorre pela página, os dias se esvaem
numa calma manhã você me fará uma serenata
mas eu insisto; cata-ventos, cata-ventos, cata-ventos.





Estranha coisa

Inverno, inverno. Acho que jamais desfrutei tanto do inverno. Que quadro maravilhoso! Neve, neve. Brancos montículos quebradiços se mantêm de um lado e de outro da rua. As calçadas serpenteiam como uma passarela amarelo-clara. O céu está cinzento e tristemente tranquilo. As árvores, os prédios e a terra... tudo se encontra sob um manto de neve. Você caminha, fala e, de repente, dá com um grupo de árvores imóveis, com os galhos retesados sob uma colcha de neve.

Vejo a escuridão tingida de azul que flutua ao redor, no ar, vejo aquele véu branco e leve e sinto na alma uma alegria e uma felicidade comovedoras.

Estranha coisa, a vida. Antes, parecia-me ser livre, dar a tudo um sentido, ao passo que agora, mesmo querendo, eu não poderia fazê-lo. Então você entende: isso é amor, e isso é felicidade, e isso é alguma outra coisa ainda, mas a certa altura tudo parece misturar-se num único sentimento que se esconde nas profundezas da alma. E que não quer mostrar-se completamente, limitando-se a assomar quase como uma sombra incerta. Não o sei explicar. Mais de uma vez, tentei sufocá-lo.

Nina Lugovskaia

No Surprises

Feridas que não cicatrizam
No alarms and no surprises
(Silence)

You look so tired and unhappy
Eles não falarão por nós
Eu vou levar uma vida tranquila
Sem surpresas, por favor

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

In the Gallery

Abandonado e sedento neste longo dia quente
Perdido e solitário de todas as maneiras
Comecei a planar (planar) em torno de mim, céu acima
Sim, eu necessito de um pouco de amor
Eu tenho estado sozinho por muito tempo e meu coração sente dor
Suplicando por alguma confortante chuva
Há um pássaro na árvore, lá em cima, muito acima (no último galho)
Apenas me esperando para morrer
Se eu não obter alguma água logo
Eu estarei morto e enterrado (Eu partirei) no fim da tarde

Uma vez havia um rio, agora há uma pedra
Você sabe que é terrível, quando você está vivendo sozinho

Dire Straits

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sereníssima

Eu fui apagar o sol
Me disseram que no escuro é melhor viver
Eu fui viajar sozinha
Me disseram que nem todas as fotografias do mundo podem descrever

Eu quis conhecer o amor
Me disseram que era um plagio descarado da dor
Eu quis dançar na chuva
Me disseram que era como voar sonhando

Eu quis tocar o céu
Me disseram que as nuvens eram algodão doce
Eu quis me apaixonar
Me disseram que o primeiro beijo é como balinhas que estalam no céu da boca

Eu pensei em fazer uma música
Me disseram que cantar espantava todos os males
Eu pensei em fazer ballet
Me disseram que era como um avião levantando vôo devagar

Eu vou plantar flores no jardim
Me disseram que faz bem à alma
Eu vou fotografar o pôr-do-sol
Me disseram que fotos são a eternidade colorida em papéis

Eu vou acordar sorrindo
Me disseram que traz sorte
Eu vou aprender francês
Me disseram que Paris é linda em todas as épocas do ano

Eu quero morar em New York
Me disseram que as livrarias mais fantásticas do mundo estão lá
Eu quero passear em Veneza
Me disseram que se pode ouvir os passos das pessoas nas ruas

Me espere na Sala de Espera

Foi a sensação mais fria e morna que eu já tive. A pior dor que se pode suportar (ou quase não suportar). Um grito desesperado ecoava em minha cabeça, todos que estavam naquela sala me pareciam tão mortos quanto o homem que estava ali, sobre a mesa. Minha respiração era tão forte que todos ao redor pareciam ouví-la também e meu coração, era como se estivesse sendo esmagado, sufocado e minha alma, de tão pesada parecia contraí-lo mais ainda tornando suas batidas lentas, intermináveis. Aquele era o pior dia da minha vida e aquela a primeira pessoa que morria em minhas mãos. Um completo desconhecido, com mãe, esposa e dois filhos na sala de espera. Eu não queria parar, mas o desfibrilador fora arrancado de minhas mãos; por pessoas menos esperançosas que eu, talvez. Ou mais racionais - pelo menos naquele momento. Então eu tentei reanimar seu coração com minhas mãos. Aulas e aulas, teses, livros, eu sabia quase tudo, tinha lido muito. Mas nada jamais fora tão real quanto aquele momento. O coração e a vida daquele inocente protagonista de um trágico acidente estavam em minhas mãos e foi nelas que ele bateu pela última vez. Como num último fôlego antes de mergulhar, ele agora mergulhava, para sempre. Eu só não sabia como traduzir o fim de uma vida para aquelas duas mulheres aflitas na sala mais fria do hospital. Eu podia sentir, por dentro eu estava aos prantos, apavorada, derrotada. A primeira vez em anos de profissão. Talvez fosse mera sorte, mas eu sabia, todos sabiam, um dia chegaria o momento de dizer "Sinto muito" a alguém. Quando voltei à realidade o único som que se ouvia era do monitor que momentos antes marcava as batidas do coração do estranho, mas agora ensurdecia a mim com um longo e lancinante "piiiiiiiiiiiii" que de repente sessou, uma enfermeira - a única ainda na sala além dele e de mim - desligou o aparelho que telepaticamente me dizia "Você não conseguiu dessa vez". Possivelmente o outro médico que me acompanhou durante a cirurgia ou até mesmo algum dos residentes tenham me dito algo positivo ou animador, mas eu não prestei atenção. Só tentava me recompor para informá-las, a elas, tão cheias de fé. Eu não estava preparada para encará-las mas, foi somente alguns anos depois que me dei conta de que nunca se está preparada. E eu fui. Abondonei minhas luvas usadas na sala e fui. Aquele corredor nunca foi tão longo e frio como naquele fim de noite. Enfim, a sala de espera e lá estavam elas, lado a lado com olhares distantes; apreensivos de mãe e aflitos de esposa. Os dois pequenos meninos brincavam por perto sem nem imaginar o que estava por vir. Logo nos encontramos, ou melhor, as duas anciosas vieram ao meu encontro:
- E então doutora? perguntou a ainda jovem esposa com a voz embargada, talvez até esperando um notícia não tão boa; uma paralisia, sequelas ou algo assim.

- Eu perdi meu marido há 2 anos, meu filho é tudo que eu tenho, mas eu sou forte, não nos esconda nada. Disse a senhora com os olhos tristes e doces; cansados, mas ainda assim dóceis.

Criei coragem:
- As lesões eram muitas, e muito sérias. O cérebro ficou sem oxigênio por tempo demais, as veias que levam o sangue do coração para o resto do corpo foram muito danificadas, além do pulmão que sofreu perfurações. Ele teve duas paradas cardíacas - o choro da esposa se intensificou me causando grande desconforto e sensibilidade - Nós fizemos todo o possível, persistimos mas [eu parei por alguns instantes até que todas aquelas informações fossem digeridas e por fim...] Eu sinto muito, nós o perdemos. Eu realmente sinto muito [após dizer isso me senti inútil, é o que todos eles sempre dizem, no entanto não havia mais nada que eu pudesse dizer, era toda a minha sinceridade ali naquela sala].

E essa, foi a pior cena da minha vida
Aquela mulher que momentos antes demonstrava, apesar da fragilidade, uma grande força, estava agora desolada e seus olhos azuis escureceram e pareciam vazios, tão fúnebres quanto os de seu marido ao chegar ao hospital. Ela desabou ao chão; gritava, com a voz rouca, seu choro desesperado me fez perder a respiração. E a senhora permanecia imóvel à minha frente, revivendo o mesmo sentimento de dois anos antes. Muda, desolada, petrificada. E eu já nada podia fazer, nem sequer consolá-las (nem ao menos sabia como fazê-lo), além do que eu tinha outra cirurgia marcada para logo mais. [câncer]. Eu naquele momento desejei que os raios de sol que entravam aos poucos pela janela me cegassem, que a voz dos meninos brincando me ensurdecessem, eu só queria me tornar invisível como a chuva que caía fina lá fora. Eu sofri, chorei, pra dentro, comigo, sozinha. Havia me tornado uma máquina.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Meu Coração Vai Se Entregar

Às vezes eles rimam, às vezes não O vapor do chuveiro terá cheiro de eucalipto E você sentirá um abraço forçado, incontrolável Estou ficando intrigada pelo menino das canções andrógenas

Respirações fundas não farão meu cérebro se levantar imóvel Ser amado e engolido são seus únicos pedidos Eu amo falar francês com os motoristas de táxi Nós dormimos e estávamos com frio no trem da França Pela manhã passeamos sob o céu cinza Londres tem sido assim, sempre cinzenta e encantadora Eu amo falar inglês com as crianças no parque The London Eye tomará conta de nós quando o cinza dos céus der lugar à neblina londrina e ao azul negro de inverno

No próximo verão essa cidade não será mais a mesma Você estará em outro trem, eu sei, você não vai dizer nada Despedidas se tornaram minha especialidade e ainda dói