terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ad Infinitum

"Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia."
-- Vinícius de Moraes


Então sou assim, e sofro
Sem como, nem quando, onde ou porquê...
Antes não tivesse nascido
Antes não fosse, queria mesmo era não ser! Ah, idéias....

E é essa convivência amargurada
da parte naufragada com a fingida
Que me mata e não me fortalece
Tentei até ser atriz
Mas teve um instante em que não sabia se era ainda fingimento

Pessoa me entenderia!

E tu ecoa, forte e nobre

Não sei se sempre fui ou se sou agora
Assim
É uma linha tênue, finíssima, sem comparações, é só e impera
Ainda que nem sempre se alcançe,
Tu és a fidelidade e bem sabes que me fez refém

Mas me confundo, me contradigo

"É ela! É ela!" Rimbaud já sabia..
É tu! E só tu... bem sei!
E digo:
Amiga minha, não devias me fazer morrer assim
Na tua ausência, nada sou, ninguém é!
Só que a maioria não faz juízo dessa insanidade
Ah minha amiga... se soubesses!
É só quando te sinto por perto que sinto o que sinto
Deve ser o que chamam de amor, gritado sempre aos quatro ventos

Vivo assim, agora sabes qual é minha condição
Me rendo, sou tua e só em ti a verdade é sincera
E a imensidão existe
Singela, contigo minha afeição cresce e explode
Por não caber aqui e agora

Do conflito à calmaria
Verso (Re)verso (Contro)verso
Ver, só

Só tu és tempestuosamente tranquila

Tudo que faço nessa vida é esperar
São esses instantes raríssimos
Pelos quais guardo o ar
Para não deixar faltar - por esqueçer de respirar -
Quando me vejo e vejo a ti, em mim
Pura e aqui
Sussurro agora para que nenhuma outra voz venha dizer o que lhe digo
É segredo nosso esse
Que te entrego agora, porque tu sabes...
A ti confiei a minha vida, sem saber

E é por ti que permaneço

Vou aprendendo, me curando do mundo, e me ferindo mais e mais
Não tem fim

Só por ti ainda existo ainda sou e sei
De ti, sei o que não ouso sentir jamais por outro alguém
Não ouso nada a não ser amá-la
Te procuro em cada canto e sempre
E incessante sigo teus rastros
Por mais ínfimo que seja
Grão de sorriso, milionésima parte de uma lágrima
Cega e louca e amante e tua

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