quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Doce

Todos os encontros, todos os poemas, manda me avisar. Todos os domingos, tardes de chuva fina, manda me avisar, manda me avisar. Hoje cedo encontrei minha sina, andava perdida, sozinha numa esquina. Letra musicada vinha me dizendo; nas entrelinhas (eu escuto o que eles dizem). Vinha lá dizendo "Solidão, corre que eu te encontro, eu já tenho nome". Pode ser que seja essa a minha bobagem, ou não. Meu amor repousa em você, todos os encontros e todos os poemas, são pra encantar, só pra te encantar. É, eu sei, todo ser humano pode ser um anjo. Eu sei, você até podia ser meu anjo. Mas dos nossos (des)encontros casuais, não nasceu tamanho amor capaz de te fazer meu anjo. Eu jurei que era sua, só pra te envolver, pra te fazer me amar. Quisera eu acreditar que essa letra vai acabar nas nuvens, eu no céu, feito anjo e você. Se anjos são seres iluminados, que amam perdidamente e depois de uma semana já nem guardam mais ressentimentos, se são dóceis e cruéis - crueldade suave e ponderada - amigos e fiéis, gostam da brisa gelada da manhã e do vento frio e acalentador que a noite escura das estrelas traz, se gostam de acreditar e choram por chorar ou por demasiadamente amar e por conseguinte se machucar, se gostam de rimar e andam a assoviar e cantarolar, se tem medo da paixão e sonham sonhos desses que só os mais otimistas guardam em segredo, Se anjos são assim, meu bem, foge que eu te encontro, que eu já tenho asas.
E isso lá é bom? Saibamos pois, o amanhã a quem pertence? Anjos são incertos como as horas do relógio, premeditados como crimes de crianças. Posso ser só uma, e é doce a solidão, menos nos dias de verão. É nos ventos arrebatadores de julho que eu me encontro, e nem a solidão, nem ela me alcança. Hoje vou jantar a céu aberto, a olhar estrelas e a ouvir suas canções delirantes e apaixonantes. Você vem comigo, não sei por quanto tempo, enquanto meu inverno durar, nem nas noites de solidão você longe de mim não vai ficar.

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